Moradores procuram a Câmara para denunciar “desordem” perto de abrigo
Moradores próximos do abrigo Jardim Floresta procuraram a Câmara de Boa Vista para reclamar que estão sendo prejudicados pela “desordem” que imigrantes venezuelanos estariam promovendo nas adjacências. Um dos locais considerados “críticos” por eles é o cruzamento entre as ruas Antônio da Costa Uchôa e Sizenando Cavalcante.
Os vizinhos do abrigo reclamam que imigrantes ocuparam as calçadas das casas e os terrenos baldios, locais onde o mau cheiro é intenso. Os moradores dizem presenciar diariamente o acendimento de fogueiras, banhos a céu aberto, lixos nas ruas e até fezes e urina deixados pelos imigrantes.
A reportagem da Câmara conversou com alguns imigrantes que vivem na localidade. Muitos deles encontraram em Boa Vista a saída para fugir da grave crise política e econômica que afeta a Venezuela.
Para se ter uma ideia, 500 venezuelanos entram diariamente pela fronteira com o Brasil, fugindo do problema. Nos seis primeiros meses de 2018, a Polícia Federal em Roraima registrou 16 mil pedidos de refúgio.
Segundo a Prefeitura de Boa Vista, 25 mil venezuelanos vivem na capital atualmente, sendo 10% deles em espaços públicos.
É o caso soldador Dione Silva, 28, da esposa Mari Cruz, 18, e dos dois filhos (um de um ano e outro de três meses), que como dezenas de imigrantes vizinhos do abrigo, dormem em uma lona em frente a um terreno cercado, na rua Antônio da Costa Uchôa, porque não têm para onde ir.
A família está na capital há 15 dias e foi uma das que procurou o abrigo, mas o espaço não tem vaga no momento. Silva contou que veio ao Brasil devido à falta de comida, emprego, remédios e segurança no País natal.
Ciente da situação, o presidente da Câmara, vereador Mauricélio Fernandes (MDB), comprometeu-se em procurar uma solução para o fato, dentro da competência do Município, juntamente com a Prefeitura de Boa Vista.