Moradores procuram a Câmara para denunciar “desordem” perto de abrigo

por lucas93 — publicado 10/08/2018 10h16, última modificação 10/08/2018 10h16
Um dos locais considerados “críticos” pelos moradores é o cruzamento entre as ruas Antônio da Costa Uchôa e Sizenando Cavalcante
Moradores procuram a Câmara para denunciar “desordem” perto de abrigo

Venezuelanos vivem em situação de rua (Sérgio Sobral)

Moradores próximos do abrigo Jardim Floresta procuraram a Câmara de Boa Vista para reclamar que estão sendo prejudicados pela “desordem” que imigrantes venezuelanos estariam promovendo nas adjacências. Um dos locais considerados “críticos” por eles é o cruzamento entre as ruas Antônio da Costa Uchôa e Sizenando Cavalcante.

Os vizinhos do abrigo reclamam que imigrantes ocuparam as calçadas das casas e os terrenos baldios, locais onde o mau cheiro é intenso. Os moradores dizem presenciar diariamente o acendimento de fogueiras, banhos a céu aberto, lixos nas ruas e até fezes e urina deixados pelos imigrantes.

A reportagem da Câmara conversou com alguns imigrantes que vivem na localidade. Muitos deles encontraram em Boa Vista a saída para fugir da grave crise política e econômica que afeta a Venezuela.

Para se ter uma ideia, 500 venezuelanos entram diariamente pela fronteira com o Brasil, fugindo do problema. Nos seis primeiros meses de 2018, a Polícia Federal em Roraima registrou 16 mil pedidos de refúgio.

Segundo a Prefeitura de Boa Vista, 25 mil venezuelanos vivem na capital atualmente, sendo 10% deles em espaços públicos.

É o caso soldador Dione Silva, 28, da esposa Mari Cruz, 18, e dos dois filhos (um de um ano e outro de três meses), que como dezenas de imigrantes vizinhos do abrigo, dormem em uma lona em frente a um terreno cercado, na rua Antônio da Costa Uchôa, porque não têm para onde ir.

A família está na capital há 15 dias e foi uma das que procurou o abrigo, mas o espaço não tem vaga no momento. Silva contou que veio ao Brasil devido à falta de comida, emprego, remédios e segurança no País natal.

Ciente da situação, o presidente da Câmara, vereador Mauricélio Fernandes (MDB), comprometeu-se em procurar uma solução para o fato, dentro da competência do Município, juntamente com a Prefeitura de Boa Vista.